terça-feira, 28 de dezembro de 2010

ASPECTOS DA BIOLOGIA E CONSERVAÇÃO DO GAVIÃO-PATO Spizaetus melanoleucus (Vieillot) (Accipitridae, AVES)

Môsar Lemos
            O gavião-pato, também conhecido como apacanim-branco (Spizaetus melanoleucus) é um acipitrídeo de médio porte ornado com penacho, tarsometatarsos totalmente emplumados, que o caracteriza e diferencia de outras espécies, com contrastes de branco e preto na plumagem. Outras características são a pequena máscara facial negra, a base do bico e a íris de cor amarela. Os adultos medem cerca de 60 centímetros de comprimento. Ocorrem do sul do México até a Argentina. As fêmeas são maiores que os machos, o que é comum entre os acipitrídeos (Tabela 1). São gaviões solitários.


            Spizaetusr melanoleucus é espécie da zona tropical, e habita vasta área desde o sul do México, América Central, Guianas, Venezuela, Colômbia, Paraguai e ao norte da Argentina (Oliveira Pinto, 1978). No Brasil, desde a região amazônica e centro-oeste, parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Oliveira Pinto, 1978; Schauensee, 1982; Sick, 1997). Ihering coletou um macho perto de Taquara (RS) em 22 de junho de 1883 (Berlepsch e Ihering, 1885) apud Belton (1994) e registrou um outro indivíduo para São Lourenço (RS) (Ihering, 1899) apud Belton (1994). O próprio Belton observou um exemplar planando alto sobre florestas e campos no Parque Nacional dos Aparados da Serra (RS), e informou ainda que Voss viu uma dupla naquela mesma região em 03 de julho de 1978; um deles pousado sobre uma araucária morta, e o outro planando (Belton, 1994).

            Brown e Amadon (1989) registraram pesos de 750 e 780 gramas para dois machos. Segundo os mesmos autores, a época de postura na Guiana Francesa ocorre entre março e abril. Os ovos medem cerca de 60 a 63mm por 47 a 48 mm (média 62,0 X 47,5 mm). São de coloração branca ou creme com alguns salpicados de marrom escuro sobre marcas acinzentadas, que algumas vezes estão ausentes. A plumagem dos jovens é um tanto semelhante a dos adultos, porém com tons pardacentos. As coberteiras das asas são escamadas de branco e possuem na cauda cinco ou mais faixas transversais escuras. Sobre a nidificação do gavião-pato no Panamá, Strauch (1975) descreveu um ninho medindo cerca de um metro de diâmetro, construído próximo a uma rodovia, a cerca de 40 metros de altura sobre uma espécie vegetal denominada “quipo” (Cavanillesia platanifolia), e de onde as aves tinham uma boa visão do entorno. Este mesmo autor relatou cópulas ocorridas entre setembro e novembro de 1972, porém não houve postura naquela ocasião. O autor relatou ainda que as aves pousavam em árvores na margem oposta da rodovia e de lá ficavam observando o ninho. Laps (2002) observou um ninho em uma capoeira a cerca de 6 metros de altura, com um filhote sendo alimentado por um dos pais, na região de Una (BA). A presa parecia ser um anfíbio.
            Da dieta do gavião-pato constam sapos e aves que caça empoleirado sobre árvores altas ou planando em áreas de matas e campos adjacentes à beira de rios (Sick, 1997). Captura também roedores, lagartos e até marsupiais (Didelphis marsupialis) segundo Elizondo, 2000.
            De acordo com Willis (1988) o nome gavião-pato sugere que a espécie captura patos (Anseriformes, Anatidae) e Partridge (apud Brown e Amadon, 1989) confirmou o pato-mergulhão (Mergus octocetaceus) como presa eventual, além do biguá (Phalacrocorax brasilianus) na Argentina. Russel 1964 informou que Spizaetus melanoleucus captura o araçari-de-colar (Pteroglossus torquatus), e a pomba-trocal (Columba speciosa), em Belise. Alvarez Del Toro (1980) comunicou a predação de tinamídeos (inhambus) e cracídeos (aracuans e jacus). Rudi Laps (2002) relatou a presença da ave na Bahia observada por ele na região de Una/Ilhéus entre 1988 e 2001 quando participava do projeto Restauna. Informou ainda que este seria o terceiro registro para aquele estado, já que em Porto Seguro a espécie também foi observada, independentemente, por Derek Scott e Luiz Pedreira Gonzaga. Existe registro da presença do gavião-pato na localidade de São Julião, no Parque Estadual do Desengano, município de Campos dos Goitacazes (RJ) em 24 de julho de 1988 (Pacheco et al, 2000). Em abril de 2003, uma ave adulta foi recebida pela Fundação RIOZOO oriunda do Centro de Triagem de Seropédica (RJ), porém não foi possível identificar a sua origem.
Foram obtidas informações não confirmadas sobre a presença da ave na fazenda Nova Caledônia, localidade de Ipiabas, município de Barra do Piraí, Estado do Rio de Janeiro, e também na localidade de Dorandia, no mesmo município, porém sem data precisa. Segundo informação de servidor do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ/FEEMA), a ave ocorria com certeza na localidade de São José da Boa Morte, município de Cachoeiras de Macacu, Estado do Rio de Janeiro em 1971. Ocorre também em São José do Barreiro, Parque Nacional da Serra da Bocaina (divisa entre RJ e SP), durante a estação das águas, no final do ano, conforme informações de moradores locais; na Reserva Biológica União (RJ) com relato de ninho, também no final do ano, e mais recentemente na Reserva Estadual do Guapiaçu, município de Cachoeiras de Macacu (RJ), segundo informação pessoal de Eduardo Rubião (2004). Esta informação confere maior credibilidade à informação da ocorrência da ave em São José da Boa Morte, área muito próxima à Reserva Estadual do Guapiaçu.
            Na coleção de peles do Museu de Zoologia da USP existe um exemplar de Santa Catarina (Colônia Hansa) e um de Cuiabá (MT) coletado em maio de 1944. Há também um animal coletado em 1938, oriundo de Avaré (SP) que se encontrava em exposição pública (Brito, 2002). Na coleção de peles do Museu de História Natural Capão da Imbuia de Curitiba (PR) existe um exemplar coletado em Rio Negro (PR) em 1944 (Carrano, 2002).
            De sua presença recente em zoológicos no Brasil (2006) existem notícias apenas de dois indivíduos, sendo um em Cuiabá (MT) e outro no Rio de Janeiro (RJ).
            Um dos grupos mais indicados para o monitoramento da perda da biodiversidade é a avifauna, graças à existência de relatos históricos, que podem ser comparados com estudos recentes, e embora estes estudos sejam raros, uma avaliação, por exemplo, nas florestas andinas da Colômbia revelou uma perda de cerca de 31% entre as espécies florestais que nela ocorriam entre 1911 e 1959, quando comparadas à situação em 1990. No Estado do Rio de Janeiro, a fragmentação da Floresta Atlântica, na Serra do Mar, possui um padrão semelhante aquele observado no estudo andino. Os fragmentos variam de alguns poucos hectares até grandes manchas de algumas centenas de hectares na região próxima à cidade de Nova Friburgo, geralmente sobre as vertentes e picos da serra, e à medida que se deslocam para o interior do vale do rio Paraíba do Sul, as florestas se reduzem a fragmentos de 500 hectares até pequenas manchas isoladas em topos de morros e áreas inclinadas. Os estudos comparativos entre o século XIX e o ano de 1985 revelaram uma redução de 35% na avifauna (Tanizaki-Fonseca e Moulton, 2000).
            A destruição do habitate, a exploração predatória e a perseguição a ninhos têm reduzido as já raras populações do gavião-pato. O status de conservação carece de melhores informações sobre sua densidade populacional que parece ser naturalmente baixa em uma vasta área de distribuição. O gavião pato fazia parte da lista de animais ameaçados de extinção (Portaria nº 1.522, de 19 de dezembro de 1.989 e da Portaria nº 45-N, de 27 de abril de 1.992 do IBAMA), tendo sido retirado quando da publicação da nova lista (BRASIL, 2003). Como o gavião-pato é um habitante das matas de encostas e baixadas, ambientes onde as florestas foram inicialmente derrubadas (Dean, 1995), pode-se pensar que ele tenha sido empurrado para as áreas mais altas, especialmente nos locais onde foram implantadas as culturas de café, cana-de-açúcar e as pastagens.


            Embora a ave não conste da “Lista Oficial de Animais Ameaçados de Extinção” (BRASIL, 2003), de acordo com os critérios preconizados pela IUCN (1994) o gavião-pato foi enquadrado na categoria “vulnerável” no Estado do Rio de Janeiro (Alves et al, 2000), em Minas Gerais (Machado et al, 1998) por apresentar “um alto risco de extinção em médio prazo, situação decorrente de alterações ambientais preocupantes ou da redução populacional, ou ainda, da redução da área de distribuição do táxon em questão, em um intervalo pequeno de tempo (dez anos ou aproximadamente três gerações)”. No Paraná foi considerado como raro (Straube, 1995). No Rio Grande do Sul foi considerado como criticamente ameaçado (Bencke et al, 2003).

AGRADECIMENTOS

            Ao Rudi Laps que nos forneceu informações sobre a presença do gavião-pato nidificando na Bahia, ao Edu Carrano com informações da ave no Paraná, ao Guilherme Renzo Rocha Brito (Instituto Biologia USP) que forneceu dados sobre as peles no Museu de Zoologia da USP, ao Jan Karel Mähler Jr (um dos autores da seção Aves do "Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul"), e ao professor Eduardo Rubião (Faculdade de Medicina Veterinária de Teresópolis) que informou a presença do gavião pato nas florestas da REGUA/RJ (Reserva Estadual do Guapiaçú) no municipio de Cachoeiras de Macacu.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BELTON, William. Aves do Rio Grande do Sul. Distribuição e Biologia. 1994. São Leopoldo. Editora Unisinos. 584p.
BENCKE, G.A; FONTANA, C. S; DIAS, R. A; MAURICIO, G. N; MÄHLER Jr., J. K. F. Aves. In: FONTANA, C. S; BENCKE, G. A; REIS, R. E. Livro Vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul. 2003. Porto Alegre. EDIPUCRS. 479p.
BRASIL, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Portaria 1522, de 19 de dezembro de 1989.
BRASIL, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Portaria 45-N, de 27 de abril de 1992.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Instrução Normativa No. 3, de 27 de maio de 2003. Publicada no Diário Oficial da União no. 101, de 28 de maio de 2003, Seção1, páginas 88-97.
BRITO, Guilherme Renzo Rocha. 2002. Informações via lista de discussão “Ornitobr”.
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Tabela 1. Pesos e medidas de alguns exemplares de gavião-pato

SEXO
ASAS (mm)
CAUDA (mm)
TARSO (mm)
PESO (g)
Macho
340
230
-
750
Macho
386
245
-
780
Fêmea
394
230
72
-
Fêmea
423
253
99
-
(*)
435
255 
-
-
(*)
332
202
-
-
                        Fonte: Brown e Amadon (1989).
                        (*) Guilherme Renzo Rocha Brito (Peles no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo).

Créditos Fotográficos
Marize Dias Lemos
Môsar Lemos
Roberto da Rocha e Silva

OCORRÊNCIA E STATUS DE ALGUMAS AVES DE RAPINA NO MUNICÍPIO DE NITERÓI, ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Môsar Lemos


O município de Niterói conta com uma área de 130 km2 e está localizado no Estado do Rio de Janeiro, (22o. 00’ S – 43o. 00’ W), e limita-se ao Norte com o município de São Gonçalo e com a baía da Guanabara; ao Sul limita-se com o Oceano Atlântico; a Leste com os municípios de Maricá e São Gonçalo e a Oeste com a baía da Guanabara (Zaidman, 1985).Com uma altitude que varia do nível do mar a 270 metros, possui um clima tropical, quente e úmido, com a temperatura oscilando entre 19 e 29o.C ao longo do ano (Zaidman, 1985). Possui atualmente uma população de cerca de 450 mil habitantes (Zaidman, 1985).
            Observar aves de rapina pode constituir-se em um problema especial devido à baixa densidade de suas populações e também ao uso de ambientes de nidificação especializados em áreas remotas e inacessíveis (Bibby et al, 1993). De acordo com a situação algumas técnicas podem ser adotadas como, por exemplo, a observação nas áreas conhecidas como “bottlenecks” (pescoço de garrafa), ou seja, afunilamentos ao longo das rotas de migração, onde as aves passam sistematicamente todos os anos (Bibby et al, 1993). Para raptores em reprodução o método consiste no “look-see”. A prova de ocupação de um território pode ser a observação de duas aves da mesma espécie voando juntas, achar penas e fezes em uma área restrita e obviamente, a melhor prova é encontrar o ninho contendo ovos ou filhotes (Bibby et al, 1993). Para as aves fora do período reprodutivo e dispersas ao longo do território, pode-se percorrer as rodovias de carro a uma baixa velocidade (20 a 40 km por hora), e observá-las com binóculos 8X30, o que permite visualização até cerca de 1,5 km em dias claros (Fuller and Mosher, 1981 apud Bibby et al, 1993). Este método é válido para espécies que fazem vôos planados enquanto procuram suas presas.
As aves foram relacionadas como abundante (A) = > 5 indivíduos observados (vistos ou ouvidos) diariamente; comum (C) = de 1 a 5 indivíduos detectados diariamente; freqüente (F) = 1 indivíduo detectado semanalmente; escasso (E) = 1 indivíduo detectado mensalmente e raro (R) = < 5 indivíduos observados anualmente, segundo Jaksic et al (1986). Acrescentamos a classe migrante (M), independente do número de observações e a classe ocasional (O) para aqueles achados que não puderam ser bem esclarecidos.
As aves foram organizadas sistematicamente dentro de ordens e famílias segundo Sick (1985, 1997), adotando-se a mesma nomenclatura popular utilizada na última edição da Ornitologia Brasileira (Sick, 1997). Os nomes no idioma inglês são aqueles utilizados por Brown (1977) para os Falconiformes e Schauensee (1982) para os Strigiformes.
 Foram registrados um total de 16 aves Falconiformes e 4 Strigiformes, até dezembro de 2001. As espécies localizadas provavelmente representam uma parcela significativa de aves locais, quando comparadas com as 29 espécies que foram descritas para o município do Rio de Janeiro (Sick, 1985).
Em 06.11.88, no bairro de Fátima, pousados em uma árvore em um quintal nos limites do morro atrás das casas, dois indivíduos de Chondrohierax uncinatus. No dia seguinte permaneceram no local, dando caça a uma revoada de tanajuras (Atta sp), que apanhavam em pleno vôo. Foi recolhido em maio de 1999 um exemplar de Harpyhaliaetus coronatus, que veio a óbito devido ao avançado estado de caquexia, resultante da dilaceração do patágio e fratura de úmero.A carcaça foi encaminhada ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. Esta ave magnífica consta da lista oficial do IBAMA (1989) de aves ameaçadas de extinção. Em abril de 2000 um indivíduo jovem de Leptodon cayanensis foi resgatado do mar junto à ilha de Mocanguê Grande e levado para a Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina para recuperação. Posteriormente a ave foi encaminhada ao Jardim Zoológico do Rio de Janeiro.Em 29 de setembro de 2000, na lagoa de Piratininga, foi avistada uma águia-pescadora (Pandion haliaetus) carregando um peixe nas garras. O cauré (Falco rufigularis) não é ave comum na cidade. Foi avistado no campus do Instituto de Geociências da Universidade Federal Fluminense, pousado em um fio da rede elétrica, à beira-mar, em abril de 1994.O falcão peregrino (Falco peregrinus) visita regularmente o Brasil durante os meses de novembro a abril (Sick, 1960; Silva e Silva, 1996). Utilizam sistematicamente os mesmos pontos de observação e pernoite e pousam com freqüência nas antenas dos prédios mais altos. Um exemplar coletado em Niterói em 1987 se encontra depositado na coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro (MNRJ 35601). Pode ser visto sobrevoando a baía de Guanabara ou pousado em postes de iluminação da Ponte Rio-Niterói. Sobrevoa também o bairro de Itaipu (Leo Fukui, com. pessoal). Em março de 2001 foi visto um exemplar sobrevoando a baia da Guanabara em direção a ilha da Conceição. O gavião-pombo (Leucopternis lacernulata) é um gavião raro da mata atlântica do sudeste do Brasil. Também consta da lista oficial do IBAMA (1989) de aves ameaçadas de extinção. Pode ser visto no Parque da Cidade durante o verão. Em março de 2000 deu entrada no Hospital Veterinário da Universidade Estácio de Sá um indivíduo jovem, sem histórico, com dispnéia e muito magro. Atualmente a ave está recuperada e foi encaminhada para o criadouro “SOS Falconiformes” em Belo Horizonte. Outro exemplar foi visto em setembro do mesmo ano sobrevoando o bairro de Santa Rosa. O gavião-de-cauda-branca (Buteo albicaudatus) pode ser visto sobrevoando a grande altura, planando aproveitando as térmicas. Em Piratininga, em um período de aproximadamente dois meses (maio/junho) foram observados dois indivíduos voando juntos, provavelmente um casal, e foi anotado o seguinte comportamento. Um dos indivíduos planava a uma certa altura e o outro não estava a vista. Repentinamente o indivíduo que não havia sido visto apareceu como um pequeno ponto no céu despencando em direção ao companheiro que planava mais abaixo. Quando estavam para se chocar, o indivíduo de baixo virou-se com as garras para cima e quase se tocaram garra contra garra. A ave que descia em vôo picado abriu as asas como um freio, emparelhou com a outra e seguiram voando juntas.
            Buteo brachyurus foi visto mergulhando contra pombos que se abrigaram em uma mangueira, no bairro de Santa Rosa. Após a investida fracassada a ave ganhou altura aproveitando as correntes de vento ascendente, o que combina com a descrição de suas técnicas de caça.
O gavião carijó (Rupornis magnirostris) é talvez o mais comum dos gaviões dentro da cidade. Ocorre nos bairros com cobertura vegetal mais exuberante, mas também pode ser visto na restinga e até sobrevoando as praias.O quiriquiri (Falco sparverius) também é visto com freqüência e causa algumas baixas entre os pássaros de companhia, apanhando canários (Serinus sp) e também coleiros (Sporophila sp.) dentro das gaiolas nas varandas das casas.O carcará (Polyborus plancus) pode ser visto na praia junto com os urubus, pombos e garças, comendo peixes mortos e pequenos invertebrados na areia.O carrapateiro (Milvago chimachima) é encontrado na restinga e em alguns bairros mais afastados como, por exemplo, no Engenho do Mato. O presente relato não encerra o estudo sobre as aves de rapina de Niterói. Ao contrário mostra que muito ainda há por fazer. Provavelmente um levantamento sistemático nas matas do Horto Florestal Nilo Peçanha, Parque Metropolitano Monteiro Lobato, Parque da Cidade e Parque da Serra da Tiririca revelará um bom número de espécies que não se mostram com facilidade ou não se locomovem para fora das áreas florestadas, como por exemplo, Micrastur e Accipiter. Toda a área do Parque da Cidade e o remanescente florestal de bairros que fazem parte da serra da Tiririca, ainda não foram convenientemente visitados.

Tabela 1. Lista das aves registradas.


FALCONIFORMES

Accipitridae

Leptodon cayanensis

Gavião-de-cabeça-cinza
Cayenne Kite

Chondrohierax uncinatus

Caracoleiro, gavião-caracoleiro
Hook-billed Kite

Rupornis magnirostris

Gavião-carijó
Roadside hawk


Leucopternis lacernulata

Gavião-pomba
White-necked Hawk

Buteogallus meridionalis

Gavião-caboclo
Savanna Hawk

Parabuteo unicinctus

Gavião-asa-de-telha
Harris Hawk

Buteo albicaudatus

Gavião-de-cauda-branca
White-tailed Hawk

Buteo brachyurus
Gavião-de-cauda-curta
Short-tailed Hawk


Harpyhaliaetus coronatus

Águia-cinzenta

Crowned solitary Eagle



Pandionidae

Pandion haliaetus

Aguia-pescadora

Osprey



Falconidae

Milvago chimachima

Carrapateiro, gavião-carrapateiro.
Yellow-headed Caracara


 

Polyborus plancus

Carcará, caracará.
Common Caracara

Falco peregrinus

Falcão-peregrino
Peregrine Falcon


Falco femoralis

Falcão-de-coleira
Aplomado Falcon


Falco sparverius

Quiriquiri
American Kestrel


Falco rufigularis

Cauré

Bat Falcon



STRIGIFORMES

Tytonidae

Tyto alba

Suindara, coruja-das-torres

Barn Owl
Strigidae

Rhinoptynx clamator

Coruja-orelhuda

Striped Owl

Otus choliba

Corujinha-do-mato
Tropical Screech Owl

Speotyto cunicularia

Coruja-buraqueira, buraqueira

Burrowing Owl



Tabela 2. Status das aves de rapina que ocorrem no município de Niterói (RJ).

Espécies                      Status             
Accipitridae
L. cayanensis               (O)
C. uncinatus                 (O)
R. magnirostris  (F)
L. lacernulata    *           (R)
B. meridionalis  (R)
P. unicinctus                (R)
B. albicaudatus (E)
B. brachyurus               (O)
H. coronatus *   (O)

Pandionidae

P. haliaetus                  (M) Verão


Falconidae
M. chimachima (E)
P. plancus                    (F)
F. peregrinus                (M) Verão
F. sparverius                (F)
F. rufigularis                 (O)

Tytonidae

T. alba                         (R)


Strigidae
R. clamator                   (R)

O. choliba                     (E)

S. cunicularia                (E)
__________________________________________________________________________________________                  
Freqüente (F) = 1 indivíduo detectado semanalmente. Escasso (E) = 1 indivíduo detectado mensalmente. Raro (R) = < 5 indivíduos observados anualmente, segundo Jaksic et al (1986). Acrescentamos a classe migrante (M), independente do número de observações e a classe ocasional (O) para aqueles achados que não puderam ser bem esclarecidos.
As espécies marcadas com (*) constam da lista oficial de aves ameaçadas de extinção do IBAMA.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ZAIDMAN, D. e outros. 1985. Niterói. CEUFF. Universidade Federal Fluminense. Niterói, RJ.

 Créditos Fotográficos

Antonio Carlos da Silva Bressan
Felipe André Dias Lemos
Leo Fukui
Môsar Lemos
Roberto da Rocha e Silva

OCORRÊNCIA DE CORUJA PRETA, Strix huhula (STRIGIDAE, AVES), EM ÁREA URBANA DE NITERÓI, ESTADO DO RIO DE JANEIRO.


Andréa de Andrade Rangel de Freitas e Môsar Lemos

              Strix huhula é uma coruja endêmica da América do Sul, sendo descritas duas subespécies: S. huhula huhula na porção oeste-setentrional da América do Sul cisandina, desde o extremo norte (do leste da Colômbia às Guianas) até o Brasil amazônico e este-setentrional adjacente (norte do Maranhão e Piauí); e S. huhula albomarginata, no Brasil este-meridional, do Rio de Janeiro a Santa Catarina, e  sudeste de Minas Gerais (Pinto 1978), esta última com distribuição restrita à região de Floresta Atlântica no sudeste do Brasil, leste do Paraguai e nordeste da Argentina (Holt et al. 1999 apud Gonzaga e Castiglioni 2004). Strix huhula é uma coruja com cerca de 31 a 36 cm com um disco facial negro com linhas brancas concêntricas. Utiliza o extrato superior da floresta tropical alta e florestas úmidas subtropicais (Duncan 2003).

 Strix huhula
            A espécie foi descrita por Daudin em 1800 (Pinto 1978) e segundo Alves et al (2000) é uma espécie pouco abundante e os dados existentes são insuficientes para determinar seu status de conservação no Estado do Rio de Janeiro. A maioria das corujas grandes é naturalmente rara, ocorrendo em baixa densidade e apresentando áreas de vida relativamente extensas (Thiollay 1989), e nidificam principalmente em árvores ocas (Sick 1997) que nem sempre estão disponíveis e pelas quais competem com uma série de outros animais (Antunes et al 2006). Além disso, as atividades predominantemente noturnas fazem com que, quando comparadas a outras aves, as corujas maiores tenham suas áreas de ocorrência menos conhecidas (Antunes et al 2006).
Pacheco et al (1992) registraram a presença da espécie na área do parque Estadual do Desengano, município de Santa Maria Madalena. Tal registro baseou-se em uma pena encontrada e posteriormente identificada como pertencente à espécie. Gonzaga e Castiglioni (2004) relataram a presença da espécie no maciço da Tijuca, cidade do Rio de Janeiro através do registro de vocalização de um indívíduo. Segundo os autores, este foi o primeiro registro documentado de S. huhula no município do Rio de Janeiro, afastando dúvidas a cerca de sua existência na região. Os autores também relataram a identificação de dois exemplares um macho em 2002 e um indivíduo de sexo indeterminado em 2000 mortos, aparentemente vítimas de atropelamento, no trecho que atravessa a área da reserva Biológica União, em Casimiro de Abreu. A espécie não consta da lista de aves de rapina observadas por Lemos (2000) em Niterói.
            No dia quatro de agosto de 2007 uma ave grande de silhueta escura foi avistada pela primeira vez às 22h 30 min investindo sobre morcegos que se alimentavam em uma garrafa contendo néctar pendurada no telhado da casa a 2,5 m de altura do solo. Algum tempo depois, em uma segunda investida a ave atravessou a garagem, capturando um morcego, possibilitando a visualização de uma coruja preta. Às 23h 50 min a ave empoleirou a aproximadamente seis metros de altura em um galho de flamboyant vermelho (Delonix regia) no quintal da casa, com a atenção voltada para a mesma garrafa onde os morcegos se concentravam. Nesta ocasião, permaneceu pousada cerca de dez minutos o que permitiu a identificação e o registro fotográfico com máquina digital.

 Bairro de São Francisco/Charitas
            Strix huhula tem sido relatada principalmente em localidades de baixa altitude, entre o nível do mar e 500 m, raramente alcançando 1400 m. Habita áreas de floresta úmida com árvores altas (incluindo matas de araucária), mas também pode ser ocasionalmente encontrada em ambientes antrópicos como bananais e cafezais (Holt et al 1999).  A altitude e o horário de atividade da ave observada coincidem com as informações de Gonzaga e Castiglioni (2004) no maciço da Tijuca. No entanto, Sick (1997) descreve uma maior atividade caçadora das espécies noturnas durante o crepúsculo e a noite, até aproximadamente 21 horas, sugerindo uma possível modificação deste horário nas noites de lua cheia, por melhorar a visibilidade e agindo na produção de sombras, o que também coincide com a noite do presente relato.
            A alimentação dos estrigídeos brasileiros é em boa parte constituída por insetos. Entretanto estas aves também capturam roedores, marsupiais, morcegos, lagartos e rãs (Sick 1997). Segundo Work e Hale (1996) os invertebrados constituem a principal fonte de alimentação das corujas, mesmo as de grande porte, o que pode ser evidenciado pela análise do conteúdo estomacal desses animais. Estes autores sugerem que as corujas assimilam os insetos de uma forma mais completa quando comparados aos ossos de mamíferos e aves, desse modo diminuindo a probabilidade de reconhecimento dos invertebrados nos peletes regurgitados. As corujas florestais preferem áreas com sub-bosque aberto para caçar, utilizando bordas de mata (Sick 1997). As colisões com veículos são freqüentes e relatadas como uma importante causa de mortalidade de corujas (Work e Hale 1996, Wendell et al 2002) devido às características de baixo vôo enquanto procuram suas presas (Antunes 2006). No entanto, este não parece ser um risco no local de nossa observação, que fica próximo a Reserva Biológica e Florestal do Parque da Cidade localizado no morro da Viração, e por ser um bairro residencial, com poucos habitantes e sem área significativa de comércio o fluxo de veículos não é intenso, sobretudo durante a noite.
            Aliado aos fatores naturais, ao longo de seu processo de ocupação o Estado do Rio de Janeiro passou por diversos ciclos econômicos de extração e de produção, tendo atualmente sua área de cobertura florestal reduzida a menos de 20% em relação àquela existente originalmente. A alta taxa de desmatamento e degradação tem levado a perda de inúmeras espécies pela retração da área de ocorrência e isolamento de hábitats originais (Tanizaki e Moulton 2000). O município de Niterói apresenta 21km² ou 16% de seu território revestido por matas densas, que ocupam as áreas mais acidentadas. As capoeiras cobrem 19km² do território. No total 32% do município está coberto por matas densas e capoeiras. A cobertura vegetal é complementada por eucaliptais, bananais, restingas, brejos e manguezais que ocorrem na praia do Imbuhy e nas lagunas de Itaipu e Piratininga (Zaidman et al 1985).
Este é o primeiro registro fotográfico da espécie no Estado do Rio de Janeiro, e contribui para mostrar que mesmo os pequenos fragmentos da Floresta Atlântica são importantes na manutenção da biodiversidade devendo ser preservados nos projetos de urbanização.

Referências bibliográficas
Alves, M. A. S., J. F. Pacheco, L. A. P. Gonzaga, R. B. Cavalcanti, M. A. Raposo, C. Yamashita, N. C. Maciel e M. Castanheira (2000). Aves, p. 113-124. Em: Bergallo, H. G., C. F. D. Rocha, M. A. S. Alves e M. Van Sluys. A fauna ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora UERJ. 
Antunes, A. Z., M. R. Eston, A. S. R. Santos, G. V. Menezes, A. M. R. Santos (2006) Presença de Coruja-Listrada Strix hylophila Termminick, 1825 (Aves, Strigidae) no Parque Estadual Carlos Botelho, São Miguel Arcanjo, Estado de São Paulo (Nota Científica). Rev. Inst. Flor. 18: 167-171.

Duncan, J. R. (2003). Owls of the world: their lives, behavior and survival. New York. Firefly Books. p. 254-255. 

Gonzaga, L. P. e G. D. A. Castiglioni (2004) Registros recentes de Strix huhula no Estado do Rio de Janeiro (Strigiformes: Strigidae). Ararajuba. 12 (2): 141-142.
Holt, D. W., R. Berkley, C. Depper, P. L. Enríquez Rocha, J. L. Petesen, J. L. Rangel Salazar, K. P. Segors e K. L. Wood (1999) Black-banded-Owl. In: J. del Hoyo, A. Elliott e J. Sargatal (orgs.) Handbook of the birds of the world, v. 5. Barn-Owls to Hummingbirds. Barcelona: Lynx Edicions. p. 205.

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Pacheco, J. F., Carvalho, C. E. S. e Fonseca, P. S. M. (1992) Notas sobre a ocorrência e distribuição de algumas espécies no Parque Estadual do Desengano, norte do estado do Rio de Janeiro. In: Resumos II Congresso Brasileiro de Ornitologia, Campo Grande:
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Sick, H. (1997) Ornitologia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p.403.

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Wendell, M., J Sleeman, G. Kratz (2002). Retrospective Study of Morbidity and Mortality of Raptors Admitted to Colorado State University Veterinary Teaching Hospital During 1995 to 1998. Journal of Wildlife Diseases. 38 (1): 101-106.

Work, T. M e J. Hale, (1996). Causes of Owl Mortality in Hawaii, 1992 to 1994. Journal of Wildlife Disease.  32 (2): 266-273.

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